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Profissionais da Santa Casa passam por mais uma etapa do projeto “Lean nas Emergências”

Iniciar um processo de transformação exige paciência, estudo e uma mudança profunda nos velhos procedimentos e hábitos. Uma tarefa que, em primeiro momento, pode parecer difícil, mas não é impossível.

E a conquista de resultados só vem quando se imerge neste processo, assumindo os riscos, seguindo exemplos bem sucedidos e permanecendo em uma educação permanente.

Desde a mudança de gestão, a Santa Casa do Rio Grande busca um futuro diferente, mas para que isso efetivamente ocorra, é necessário repensar e modificar muitos processos. Foi nesse meio tempo (maio/22) que, felizmente, a instituição foi selecionada para participar do sexto ciclo do projeto nacional “Lean nas Emergências”.

Mas, afinal, qual a raiz deste grande projeto? É simples, vem ao encontro com o que falamos lá em cima. O conceito “Lean” (enxuto) é oriundo do Japão em período pós segunda guerra mundial e refere-se a um sistema de “manufatura enxuta”, criado pelo engenheiro Taiichi Ohno e seus colaboradores, na fabricante de automóveis Toyota.

Classificado com um sistema de produção ágil, flexível, inovador e eficiente, foi se reconfigurando para as mais diferentes áreas, originando-se o “Lean Thinking” (pensamento enxuto), e se transformando em algo maior que um conceito: uma filosofia a ser seguida.

Na área da saúde, sua aplicação denomina-se “Lean Healthcare” (assistência a saúde enxuta), é considerada uma solução inteligente para a vivência de um ambiente hospitalar e tratando problemas crônicos das instituições como longos períodos de espera, alta permanência do paciente e, consequentemente, baixo giro de leitos, declínio na qualidade do atendimento, entre outros.

Ela funciona da seguinte forma: seguindo princípios e técnicas que buscam reduzir desperdício de recursos, melhorando a qualidade e ampliando o valor entregue ao cliente (paciente, neste caso). As ações se baseiam na redução de sete (7) desperdícios: falta de qualidade, espera, estoques, movimentação, transporte, processos desnecessários e superprodução. Além disso, se guia por cinco (5) princípios: valor, fluxo de valor, fluxo contínuo, produção puxada e perfeição.

Ou seja, o “Lean” é capaz de transformar o gerenciamento do hospital, a partir da criação de novos hábitos que alavancam o melhor do que podemos realizar. E, em todo esse processo, os profissionais são as ferramentas principais, sendo capacitados e valorizados, a fim de criar uma melhoria contínua para o ambiente e, consequentemente, eliminando desperdícios e aumentando a segurança do paciente, reduzindo custos (de tempo de espera e erros), melhorando a disposição das equipes (e de todos os envolvidos no processo) e aumentando a produtividade.

Nesse contexto, subsidiados pelo “Projeto Lean nas Emergências” desenvolvido pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi/SUS) do Ministério da Saúde (MS), e executado de forma colaborativa pelos hospitais A Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP), Moinhos de Vento (HMV) e Sírio-Libanês (HSL), consultores do HSL estão auxiliando nossos profissionais que já traduziram nossa emergência na etapa de diagnóstico operacional e desenvolvimento de um plano de ação, e passaram por uma etapa de feedback e instrução (em São Paulo) e, a partir de agora, atravessam uma etapa de disseminação de conhecimento e treinamentos.

Na quinta-feira (7) e sexta-feira (8), cerca de 50 profissionais do hospital participaram de uma série de palestras sobre o projeto, que totalizaram cerca de 20h. Os consultores também reuniram-se com os colaboradores líderes dos serviços de emergência e governança da Santa Casa para aproximação e alinhamentos.

A consultoria terá duração de seis (6) meses e estão programadas mais capacitações, avaliações do desenvolvimento do projeto e visitas presenciais a cada quinze dias, intercaladas com reuniões virtuais.

A Santa Casa do Rio Grande foi uma das 39 instituições contempladas neste sexto ciclo.

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