Nossa história
20/11/1806
A história da Santa Casa do Rio Grande teve início em 1806, quando o Padre Francisco Ignácio da Silveira fundou a Sociedade Beneficente, com o propósito de oferecer atendimento hospitalar às famílias carentes da “Vila do Rio Grande de São Pedro”, atual cidade do Rio Grande.
1807
Em 1807, ocorreu a primeira tentativa de construir um hospital de caridade na Vila. A Sociedade Beneficente iniciou a construção, mas em 1811 as obras foram interrompidas por falta de recursos.
1825
Em 1825, Sr. Rodrigo Fernandes Duarte entrou na história da Santa Casa do Rio Grande como o fundador benemérito. Ele coordenou o ressurgimento da Sociedade Beneficente, que estava inativa há anos. Nesse mesmo ano, planejou a construção de um estabelecimento de saúde para cuidar dos enfermos necessitados, seguindo o exemplo da capital da província.
11/03/1826
Em 11 de março de 1826, Sr. Duarte solicitou à Câmara Municipal a doação de um terreno para a construção do hospital de caridade. A solicitação foi atendida e o terreno foi registrado em seu nome pelo então Excelentíssimo Presidente da Província.
29/09/1828
O Governo Imperial autoriza a construção da Casa de Caridade através de decreto, mas a notícia só chega à Vila do Rio Grande em 23 de julho de 1829. Uma comissão nomeada pela Câmara Municipal visita a região e percebe que não havia nenhuma instituição de caridade, apenas uma obra inacabada.
Apesar das doações de Sr. Rodrigo Fernandes Duarte, a instituição não prospera devido à falta de licença de funcionamento do governo. Somente após a licença ser sancionada, Sr. Duarte aguarda a chegada dos materiais para começar as obras da Casa de Misericórdia do Rio Grande.
1831
Em 18 de novembro, habitantes ilustres da Vila do Rio Grande discutiam a criação de uma Sociedade de Beneficência abrangente, que atenderia não apenas enfermos, mas também órfãos, filhos de pais pobres, presos e mulheres em dificuldades, com o objetivo de melhorar a imagem e a moral pública da localidade, seguindo exemplos de Portugal e da Corte.
Dias depois, em 20 de novembro, a Sociedade de Beneficência foi oficialmente criada, com a participação de 75 cidadãos notáveis da Vila. Ela sucedeu o Hospital de Caridade e a Sociedade Beneficente, fundada em 1806, passando por várias transformações até se tornar a instituição que é hoje.
1832
Em 24 de junho de 1832, os enfermos internados no Hospital Militar (extinto por lei), foram socorridos pela Sociedade de Beneficência e começaram a ser transferidos para uma nova casa que funcionaria como asilo até a conclusão das obras do Hospital de Caridade. Essa casa seria administrada pela própria Sociedade de Beneficência após autorização da Câmara Municipal.
A transferência e a residência foram custeadas por doações do Sr. Rodrigo Fernandes Duarte. Desde essa época, o filantropo fez diversas doações testamentárias de toda sua fortuna em bens imóveis para beneficiar o novo hospital, como uma expressão de sua devoção ao espírito de caridade cristã e utilidade pública.
Meses depois, em 11 de novembro, o Sr. Duarte foi nomeado conselheiro horário, com o direito de voto nas decisões mais importantes da instituição.
1835
No início de 1835 (sem data registrada), o Sr. Rodrigo Fernandes Duarte propôs transformar a Sociedade de Beneficência em Irmandade do Espírito Santo e Caridade, seguindo o modelo de Portugal. Essa mudança foi realizada em 8 de março de 1835, quando adquiriram um sobrado na antiga Rua da Caridade, hoje conhecida como Rua Coronel Sampaio.
Em 15 de março, a administração, eleita pela Irmandade do Espírito Santo e Caridade, assume o cargo, composta por 309 associados. Nessa ocasião, é registrado o marco oficial de fundação da instituição.
Em 20 de abril, o Presidente da Província, Antônio Rodrigues Fernandes Braga, envia um relatório à Assembleia Provincial destacando os problemas da Sociedade de Beneficência e a importância dela para acolher os enfermos da Vila do Rio Grande.
Em 27 de junho, após a análise do relatório, a instituição de caridade recebe o primeiro auxílio concedido pela Lei Provincial.
02/03/1837
Antes de perceber totalmente o impacto de sua generosidade, o idealizador e benfeitor da Santa Casa, Sr. Rodrigo Duarte Fernandes, falece.
11/07/1838
Foi adotado o primeiro Regimento Interno da Misericórdia da Corte para estabelecer normas reguladoras da Irmandade e para receber os benefícios destinados às instituições de caridade.
1841
Em 02 de maio, a Irmandade passa por uma grande transformação e é renomeada como Santa Casa de Misericórdia.
Ainda neste ano, a instituição começa a administrar seu primeiro cemitério, conhecido como Bonfim, que atualmente não existe mais.
1842
Em 20 de fevereiro, a farmácia do hospital é criada para atender às demandas do hospital e fornecer receitas ao público.
Em dezembro de 1842, as ações relacionadas aos “expostos” ou recém-nascidos abandonados começam a ser organizadas. A Câmara Municipal transfere à Santa Casa de Rio Grande a responsabilidade de cuidar dos expostos, seguindo o modelo da Santa Casa de Porto Alegre. No entanto, apenas em 1º de julho de 1843, o presidente da província oficializa a autorização para essa transferência de atribuições para a instituição.
1843
Devido à Revolução Farroupilha que assolava a região desde 1835, a província enfrentou uma situação de anarquia e migrações frequentes entre municípios seguros, especialmente em Rio Grande. A Santa Casa tornou-se cada vez mais procurada, acolhendo todos os enfermos, incluindo feridos de guerra. Com o aumento das internações e a limitação da estrutura física, a Mesa da Santa Casa decidiu criar um plano para construir um novo prédio.
Em 5 de setembro, respeitando a Lei Provincial, começaram as obras da “Casa dos Expostos” no terreno ao lado do hospital. Esse local tinha o objetivo de cuidar dos bebês abandonados e encaminhá-los para adoção. O primeiro mordomo foi o Sr. Vicente Manoel D’Espíndola. Devido às condições precárias em que as crianças eram entregues, mais da metade delas acabavam falecendo. Até o seu encerramento em 9 de novembro de 1897, foram registradas 379 crianças atendidas nessa instituição.
1846
Em novembro de 1846, a Santa Casa recebeu a visita ilustre da família imperial, o Imperador D. Pedro II e sua imperatriz D. Teresa Cristina. Durante a visita, eles realizaram generosos donativos em milhares de réis para a instituição.
14/11/1848
A Mesa Administrativa da instituição convida interessados a apresentarem propostas para a construção de uma estaca no terreno destinado ao novo edifício do hospital.
03/02/1850
Na presença do presidente da província, Sr. Marechal Francisco José de Souza Soares D’Andréa, é realizada uma solenidade para lançar a pedra fundamental do novo Hospital de Misericórdia do Rio Grande. O evento foi testemunhado por várias autoridades e pessoas da comunidade. Com doações de beneméritos, as obras do primeiro prédio definitivo da instituição, o Hospital Geral, iniciam.
1852-1853
A construção do prédio dependia de recursos da comunidade e instituições públicas. A mesa administrativa lutava por esses recursos, o que causava atrasos ou progressos nas obras conforme os valores entravam. Para acelerar o processo, foram feitos movimentos para estimular doações, como venda de bilhetes de loteria e publicação dos nomes de grandes benfeitores que contribuíram para a instituição.
24/12/1854
A instituição começa a adotar seu próprio regimento interno, anteriormente utilizando o mesmo da Misericórdia da Corte.
17/03/1858
12/08/1862
02/04/1864
É levantado o primeiro telhado da frente do edifício do novo hospital. A ocasião foi celebrada com foguetes, marcando a felicidade pelo esforço e sacrifício dedicados à construção.
08/06/1871
1881
Em 1881 são trasladados os cadáveres do cemitério do Bonfim para o novo cemitério geral;
1898
Em março de 1898, o serviço de radiologia com raios-X foi implantado na Santa Casa. O equipamento foi comprado na Europa e foi o primeiro a ser utilizado no Estado do Rio Grande do Sul.
03/03/1903
A pedido do provedor Custódio Vieira Castro para perpetuar os ideais de Sr. Rodrigo Fernandes Duarte, as Irmãs Franciscanas começaram a trabalhar na Santa Casa, cuidando dos doentes com amor, zelo e fidelidade. As primeiras irmãs instaladas no prédio do hospital foram: Maria (superiora), Ildefonsa, Elzeara, Bonifácia, Laurentia e Gregória. Ao longo das décadas, mais de 25 irmãs prestaram seus serviços. Atualmente (2023), os serviços das irmãs continuam funcionando, de forma mais reservada, principalmente com os cuidados das atividades nas capelas.
1909
1912
1919
É criado o Instituto Margarida Pereira, destinado a fornecer atendimento de enfermagem domiciliar, uma vez que havia resistência à internação hospitalar naquela época.
1920
27/05/1921
Para auxiliar nas obras da instituição, a Intendência Municipal cria o Imposto de Diversão, que arrecadava fundos a partir das ações de empresas teatrais e associações esportivas, destinando os valores para a Santa Casa.
1923
Com o objetivo de acolher todos que precisavam de serviços funerários na instituição, e não apenas os indigentes, foi aberta a seção funerária na Santa Casa.
1940
Na década de 1940, a Santa Casa teve as inaugurações do novo Bloco Cirúrgico (com acesso por elevador) e do Banco de Sangue.
Ainda neste período, em 15 de maio, foi fundado o Hospital Psiquiátrico Vicença Maria da Fontoura, voltado ao atendimento em formato manicomial a pacientes com enfermidades psíquicas.
1960
Na década de 1960, a instituição avançou no ensino, associando-se à Fundação Cidade do Rio Grande para a criação da faculdade de Medicina. A faculdade foi inaugurada em março de 1966, sob a direção do Dr. Miguel Riet Corrêa (ex-presidente da Santa Casa) e do Dr. Lavieira Maino Laurino, como vice-diretor.
Nesse mesmo período, foi inaugurado o Hospital Dr. Pedro Bertoni, dedicado ao tratamento de tisiologia, que atualmente abriga o Hospital de Cardiologia e Oncologia.
1970
Durante a década de 70, a Santa Casa teve várias inaugurações e melhorias em seus serviços. Em 1970, foi inaugurado o serviço de Radiologia. Em paralelo, iniciaram as atividades do hospital Madre Batista, focado no tratamento de doenças infectocontagiosas. Nesse período, também foi criada a Associação de Funcionários da instituição.
Em 22 de junho de 1972, foi oficialmente inaugurada a primeira Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica da instituição, com equipamentos modernos e equipe especializada, contando com 24 leitos. No dia seguinte, em 23 de junho de 1972, foram implantados os serviços de Oncologia e Radioterapia, em uma nova estrutura, para assistir o paciente oncológico de forma abrangente.
Em 1º de janeiro de 1973, foi implementado o serviço de arquivo médico e estatístico para registrar o histórico de cada doença, equivalente ao prontuário médico atual.
Nos anos de 1973 e 1974, a associação recebeu um terreno fronteiro ao Hospital Geral para a construção das alas de maternidade e pediatria.
Em 1974, o serviço de oncologia passou por ampliação de suas atividades e melhorias técnicas, construindo um prédio anexado ao hospital Madre Batista.
Em 4 de abril de 1976, a nova estrutura do serviço de oncologia foi entregue à comunidade, contando com uma moderna bomba de cobalto.
1980
Na década de 1980, o Hospital Dr. Pedro Bertoni foi transformado em hospital geriátrico devido ao avanço do tratamento ambulatorial para tuberculose. Essa mudança ocorreu para atender às necessidades específicas da população idosa e ajustar-se às mudanças nas demandas de saúde da época.
Em 26 de setembro de 1986, a Unidade de Terapia Intensiva Geral foi inaugurada na estrutura principal da instituição, coordenada pelo Dr. Newton Primo. Com capacidade para seis leitos (quatro gerais e dois específicos para doenças infectocontagiosas), equipamentos de última geração e uma equipe com mais de 23 profissionais especializados, a unidade oferecia um atendimento de nível assistencial equivalente ao de Porto Alegre, capital do Estado. Essa ampliação foi uma resposta à crescente demanda por atendimento intensivo na Santa Casa.
1990
Durante a década de 1990, a Santa Casa foi reconhecida pelo Ministério da Educação como Hospital Auxiliar de Ensino Universitário. Em 1997, instituiu suas primeiras turmas de residência médica em clínica médica e cirurgia, seguidas pelo incremento da residência de Psiquiatria em 1998.
Nesse período, foram inaugurados os Serviços de Tomografia Helicoidal e de Tomografia Computadorizada, além da lavanderia do Hospital Geral, e diversos aparelhos e equipamentos foram adquiridos.
Foram concluídas obras de ampliação da Unidade São Camilo, Unidade São Roque e diversos outros departamentos do Hospital Geral. E também foi inaugurado o Centro Administrativo do hospital e o Hospital-Dia, situado no Hospital Psiquiátrico, no chamado anel externo da instituição. Essas melhorias e avanços contribuíram para o crescimento e aprimoramento dos serviços oferecidos pela Santa Casa.
12/09/2002
Com o apoio de recursos do Ministério da Saúde, da Refinaria de Petróleo Ipiranga, da ECOSUL Rio Grande e outros colaboradores, o Hospital de Cardiologia e Oncologia foi inaugurado, proporcionando acesso a tratamentos antes disponíveis apenas na capital do Estado. Durante a inauguração, também foi aberta a Unidade Pós-Operatória (UPO). Essa nova estrutura trouxe avanços significativos no atendimento médico e ampliou os serviços de saúde oferecidos pela Santa Casa.
2003
Em 2003, a Santa Casa promoveu diversas inaugurações e melhorias em seus serviços, como novas instalações do Serviço de Hemodiálise, Serviço de Nutrição e Dietética, Fisioterapia, Ambulatório Cirúrgico, Cintilografia/Medicina Nuclear, Ressonância Magnética, Serviço de Endoscopia Digestiva (Endocentro) e Serviço de Raio X.
Além disso, apesar de sua inauguração em setembro de 2002, o tão esperado Hospital de Cardiologia e Oncologia foi oficialmente aberto ao público apenas em 21 de janeiro de 2003, oferecendo tratamentos avançados anteriormente disponíveis apenas na capital do Estado.
2005
A partir da Portaria Interministerial nº 2091 de 19/10/2005, publicada no D.O.U., a Santa Casa passou a ser reconhecida como Hospital de Ensino pelo Ministério da Educação e Ministério da Saúde.
No mesmo ano, o Hospital de Cardiologia inaugurou seu Auditório, destinado a cursos de preparação técnica e palestras para os profissionais da área da saúde que atuam na instituição. Essa iniciativa visava promover a capacitação e o aprimoramento dos profissionais, contribuindo para a qualidade do atendimento prestado aos pacientes.
2006
No ano de 2006, o programa de residência médica da instituição passa a ofertar a especialidade de cardiologia;
24/06/2010
Em 24 de junho de 2010, a partir de recursos da Consulta Popular, é inaugurada a Unidade de Queimados, única na metade Sul e com referência em atendimentos de média complexidade.
Já em 21 de dezembro do mesmo ano, é inaugurada a UTI 2.600, situada na estrutura do Hospital de Cardiologia.
2015
Em 1º de abril, a Prefeitura do Rio Grande assume a gestão da Santa Casa.
Em 17 de junho, é implantado o setor de ouvidoria por meio de um Compromisso de Ajustamento de Conduta (CAC) com o Procon, visando melhorar a comunicação com os usuários da instituição.
Ainda no mesmo ano, as especialidades de neurocirurgia e medicina intensiva foram incluídas no programa de residência médica da Santa Casa. Essas medidas buscavam enfrentar os desafios enfrentados pela instituição e aprimorar os serviços prestados à comunidade.
2016
Devido à escassez de recursos para adquirir medicamentos oncológicos, o serviço de oncologia teve que enfrentar desafios, resultando na suspensão parcial de seus atendimentos. Somente em fevereiro de 2017, o serviço foi completamente restabelecido.
2017
A intervenção municipal chegou ao seu término em 9 de maio de 2017, quando o bispo emérito Dom José Stroher assumiu a presidência da instituição. Nesse ponto, a dívida do hospital já estava entre as maiores do estado, somando mais de R$178 milhões.
2018
Em razão da crise financeira, os salários dos colaboradores deixaram de ser pagos. Após quatro meses de atrasos, em dezembro de 2018, uma greve foi deflagrada. Devido à natureza essencial do serviço, o hospital precisou operar com apenas 30% de sua escala de pessoal.
2019-2020
Em janeiro de 2019, a greve chegou ao seu fim e os funcionários retornaram às suas funções.
A Santa Casa também passou por várias obras, mudanças e melhorias. As Unidades São Lucas I, São Lucas II e Pronto Socorro, juntamente com as salas cirúrgicas, foram reformadas. Além disso, foi entregue uma nova farmácia hospitalar no Hospital Geral, e os leitos de UTI Convênios foram ampliados. A farmácia do Hospital Geral e o Centro de Material e Esterilização também foram reestruturados. Essas ações visavam aprimorar as instalações e a qualidade dos serviços prestados pela instituição.
2020
A instituição passou por um processo abrangente de reformas, adaptações e modernizações. As unidades São Lucas I, São Lucas II, Pronto-Socorro e as salas cirúrgicas foram aprimoradas e reformuladas. Adicionalmente, foi inaugurada uma nova farmácia hospitalar no Hospital Geral, enquanto a capacidade dos leitos de UTI Convênios foi expandida. Também houve uma reestruturação significativa na farmácia do Hospital Geral e no Centro de Material e Esterilização.
Além disso, a pandemia da COVID-19, que se espalhou globalmente, demandou que o hospital se tornasse um centro de referência para a assistência à população da região Sul do Estado. Isso implicou na abertura de unidades de terapia intensiva (UTI) e áreas dedicadas (clínica e pronto-socorro) para atender pacientes em isolamento.
2021
Diante da crescente crise financeira, houve um reforço na busca por recursos e ajustes na estrutura organizacional.
Durante o primeiro semestre, a instituição recebeu um aporte de R$ 16 milhões do Fundo Ambiental do Portos RS, estabeleceu um setor de Controladoria Estratégica e implementou uma nova estrutura organizacional que envolveu a participação do corpo assistencial na gestão. Nesse período, também lançou o modelo “Santa Casa do Futuro”.
No segundo semestre, a Santa Casa apresentou seu primeiro orçamento institucional, detalhado em 130 centros de custo e de resultado. Além disso, adotou o SP DATA como seu primeiro software de gestão hospitalar integrada e redefiniu sua identidade institucional, incluindo missão, visão e valores.
Além disso, encerrou as atividades do pensionato “Recanto dos Idosos – Pedro Bertoni e Madre Batista” situado no Hospital de Cardiologia e Oncologia.
Outros marcos desse ano incluem a celebração de um convênio entre a Santa Casa e as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde para realizar um mutirão de cataratas e o recebimento de R$ 2,5 milhões através do programa “Avançar na Saúde II” do governo estadual, destinado à aquisição de um tomógrafo e um mamógrafo digitais.
2022
Em junho de 2022, a Santa Casa entrou com um pedido de Recuperação Judicial devido a uma dívida que excedia o valor de seu patrimônio total.
No mesmo ano, a administração adotou diversas medidas, incluindo a introdução de um novo modelo para o Hospital de Cardiologia, a aprovação de melhorias na Unidade de Saúde Mental e o estabelecimento de um serviço de referência em oftalmologia. Além disso, foi celebrado um novo contrato com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Através de uma parceria significativa com o governo estadual, o hospital recebeu R$ 15 milhões do programa “Avançar a Saúde III” para melhorias estruturais e de equipamentos no Hospital Geral e no Hospital de Cardiologia, bem como R$ 2,5 milhões do programa “Avançar a Saúde IV” para reformas e melhorias estruturais na maternidade.
Adicionalmente, obteve R$600 mil da Câmara de Vereadores do Rio Grande para aprimorar o acelerador linear da Radioterapia e recebeu um empréstimo de R$ 14,4 milhões do Fundo Ambiental do Portos RS para custear suas operações.
No mesmo ano, o hospital participou de uma importante capacitação em “Lean nas Emergências” do Ministério da Saúde, em colaboração com o Hospital Sírio-Libanês. Também deu início ao Serviço de Endoscopia e Colonoscopia, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, oferecendo consultas ambulatoriais e exames para cumprir integralmente seus contratos de prestação de serviços de saúde.
Além disso, implantou um sistema de regulação através do Sistema de Gerenciamento de Consultas (GERCON) e reformulou os contratos médicos, alterando-os para o formato de Pessoa Jurídica. Todas essas ações visaram melhorar a situação financeira e a qualidade dos serviços de saúde prestados.
Quem foi o benemérito Rodrigo Fernandes Duarte?
Nascido em 1764, na freguesia de São Martinho de Lordello, na cidade de Porto, em Portugal, Rodrigo Fernandes Duarte era filho legítimo de Manoel Fernandes Duarte e Anna Maria da Conceição.
Após tornar-se órfão, em tenra idade, estima-se que ainda moço, veio ao Brasil e instalou-se na Vila do Rio Grande. Foi comerciante e, na localidade, obteve fortuna, consideração e influência.
Não são de amplo conhecimento detalhes de sua vida mas, dentre suas ocupações, destacou-se também nos cargos de almoxarife dos armazéns reais, recebedor das cinzas (tributos para urgências do Estado), depositário público, juiz almotacés (responsável por cuidar da igualdade dos pesos e medidas de mercadorias, etc) e vereador da Câmara Municipal.
Ele foi o principal líder comunitário que conduziu a população da Vila sobre a importância de abrir um local para tratar os enfermos e necessitados. Também foi seguidor dos ideais e legados das Rainhas Santa Isabel e D. Leonor, sobre obras de misericórdias.
Todos os seus bens de raiz – seis (6) casas – e dívidas ativas, foram doadas à Irmandade, com a condição de lhe ser concedida uma pensão, enquanto vivesse, e de uma residência fixa no interior do hospital.
Em 22 de março de 1835, a mesa da Irmandade do Espírito Santo e Caridade mandou fazer um retrato de meio corpo de Rodrigo Fernandes, o qual foi colocado na sala de honra da instituição como forma de gratidão por sua benevolência.
Ele faleceu às 23h de 2 de março de 1837. Foi sepultado na capela de Nossa Senhora do Monte do Carmo, na noite do dia seguinte. Em 14 de fevereiro de 1841, seus restos mortais foram transportados para o oratório da Santa Casa, depositados em uma urna de jacarandá, com inscrições em prata. Atualmente estão na capela Nossa Senhora da Piedade, no cemitério local.
Uma rua, na Vila São Miguel, situada no município, carrega seu nome em homenagem.
“Toda sua vida de trabalho, dedicação e filantropia, pode-se resumir na frase: se mais tivera, mais vos daria”; (PG 44, Santa Casa do Rio Grande, a saga da misericórdia)